Hum, apaixonar-me quinze vezes e troca o passo…
Dizem que nos apaixonamos, pelo menos, quinze vezes ao dia: nos transportes, na rua, nas aulas, no trabalho e até no espaço sideral. Por esta pessoa, por aquela, por nós e pelo nada.
Apaixonamo-nos tantas vezes que acabamos por esgotar o amor: o sentimento e a palavra. Amo-te, amo-te, amo-te, amo-te…
Ao fim do dia, depois das quinze vezes e talvez mais uma, estamos vazios de amor, não sabemos amar ou não conseguimos retribuir. A palavra e o sentimento…puf…perdem o significado.
Somos prostitutas a foder por obrigação e, quando chegamos a casa, não conseguimos fornicar mais. Nem por amor. É trabalho, e não se mistura trabalho com prazer.
Amar também dá trabalho. Cansa. E quando amamos quinze vezes e uns trocos, só queremos chegar a casa, atirar com a roupa para o chão e tomar banho. Queremos estar sozinhos para recarregar.
Amanhã é um novo dia. Amanhã há mais pessoas para nos apaixonarmos, mas desta vez vamos tentar ter calma.