As Pessoas Gastam a Língua

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As pessoas gastam a língua, gastam as palavras e as letras com construções elaboradas e metáforas desnecessárias.

As pessoas gastam a língua, gastam as palavras e as letras com construções elaboradas e metáforas desnecessárias. Maltratam a gramática e exageram na caligrafia.
Não confio nas pessoas que desperdiçam aquilo que não têm, tampouco confio naqueles que escrevem poesia de amor, que a cada estrofe falam de sofrimento e de saudade e forçam rimas com “or”: amor, dor, ardor, calor.
São todos falsos no meu livro e quando este tiver forma, capa e páginas, irei resumi-los a todos num só capítulo.

Impostores, Fingidores e Maus Escritores

Gosto do título e irei começar desta maneira:
“Sou o pior deles, sou quem controla os fios invisíveis, sou Deus, sou um pobre coitado, o ditador das letras e o censurado da escrita, sou o gozão e o gozado. Sou um mentiroso e falso, mas sei escrever!”
Um erro aqui e ali, como tudo na vida vida!
Escrevo isto e aquilo que muitos fingirão ler – então porque não fingirei escrever? Ninguém se dará ao trabalho de me corrigir; bem, talvez uma ou duas pessoas e, para elas, uma ou duas confissões: menti, não sei escrever, mas tento, tento…
Continuarão sem vírgulas e pausas e não respirarão, morrerão asfixiados pelas minhas mãos, morrerão à mercê da língua. Bebam do vosso veneno, usurpadores da escrita, violadores da leitura e assassinos do bom gosto.
Vão desafiar-me para um duelo à Lua-cheia à moda antiga.
As armas? As canetas.
O local? Uma simples folha em branco para que o vitorioso escreva a história com o sangue da tinta do derrotado.

Um, dois, três. Bang!