Desistir de Ti

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Estou a pensar em desistir de ti, mas se desistir de ti, estarei a desistir de mim e do que sou; estarei a cometer suicídio.

Estou a pensar em desistir de ti, mas se desistir de ti, estarei a desistir de mim e do que sou; estarei a cometer suicídio. Estarei a caminhar contra o meu passado, a negar a minha presença neste presente.
A verdade, é que tu és uma mansão perdida num bosque. A verdade é que tu és a Lua e tens imensos quartos que nunca ninguém visitou.
O teu Mar da Tranquilidade é um mar de inquietações, de mentiras e manténs um lado de ti escondido apesar de apareceres cheia e verdadeira – só apareces de noite para me iluminares, mas só me encandeias.

Afectas as marés que me empurram e me afastam de ti; os lobos uivam-te em admiração como já te uivei.
Renego a Lua para não te ver. Em alternativa, tenho o Sol abrasador.
Entre morrer queimado pela vida, prefiro o gelo da noite; a tua indiferença; aquele olhar de soslaio que caiu em mim como um foco de teatro e acompanhou-me os passos enquanto seguia estrada fora, mãos nas algibeiras… A pensar em ti e nos ses.