Esta é uma ode
aos risos e às gargalhadas.
Disse-te
ontem que gosto de pessoas que se riem, que não se importem de abrir
a boca e de encadear com sorrisos brancos; que se estejam a marimbar
para os sisudos e para os
shhh
de
terceiros.
Quero,
quero que ensurdeçam os soturnos com risadas estridentes e que
contagiem os apáticos com a febre do desatino e com as dores de
barriga; que chorem lágrimas e que digam que não aguentam mais; que
rebolem na relva, semicerrem os olhos e se engasguem para retomar
poses decentes.
Rir que nem um perdido, roncos inconscientes e tiradas pertinentes, mas o melhor é que um riso nunca vem só, vem em correntes e faz faltar o ar.
As pessoas que não têm vergonha das rugas do riso são, para mim, as melhores porque a boa-disposição é-lhes abundante, são felizes e optimistas.
Bem, em relação aos dentes, não desgosto das pessoas que esboçam largos sorrisos sem os mostrar. Há tantos sorrisos como cores, gargalhadas como sons neste mundo – para mim é-me indiferente, só têm de sorrir e se eu contribuir para isso, então sinto-me bem e cumpri o meu dever.
E as crianças? Céus, fogo de artifício!
No entanto, dá-me
pena aqueles que nunca riram, que nunca soltaram uma gargalhada parva
e imatura. A essas pessoas, peço desculpa.
A ti, fonte de
guinchos e de minutos perdidos a rir com parvoíce, obrigado.
A
todos, sorriam, não estão a ser filmados.