Ontens

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Detenho-me porque ainda me tenho e por me ter livre, penso.

Detenho-me porque ainda me tenho e por me ter livre, penso.

Penso no dia de ontem, nos ontens que foram dias e noites, e no segundo que demora a passar. Passou e nada mudou.
Às vezes penso que a saudade é como uma ponte gigante sem fim.
E como saudade rima com vontade, esta saudade dá-me vontade, minto, vontades; tantas vontades quantas identidades cabem em mim. Esta que escreve é distraída por natureza e, com um toque leve na alma, perde-se para lá das pontes e dos ponteiros do relógio; tem vontades, sim, mas neste momento é a de voar.
Distraído, voo demasiado perto do sol e caio, caio, caio.
Não sou um Ícaro, apenas estou apaixonado.